 Você transporta mais e tem a sensação de estar ganhando menos?A primeira ideia que se vem em mente quando se pensa em diferencial no segmento de transporte é o termo eficiência logística.É comum a ideia de que o necessário para se vencer as dificuldades de mercado é se ter eficiência logística. Isto é tão replicado que soa como se fosse a chave para se ter uma transportadora próspera e a certeza de saúde financeira para a empresa. Aí eu pergunto? O que seria essa tal eficiência? Uns poderiam dizer que seria transportar com rapidez, pontualidade, sem erros, outros poderiam dizer que seria transportar mais, com melhor aproveitamento e maior volume de cargas para o percurso, e por último, uma outra parte poderia dizer que seria um somado de processos eficientes que tornariam a empresa mais ágil e produzindo mais, neste caso, no puro conceito de agilidade e rapidez. Vou responder de forma conceitual e com base em termos econômicos. Numa visão Microeconômica, que nada mais é que a visão voltada ao comportamento econômico individual de empresas, ser eficiente é atuar dentro do melhor padrão de qualidade com a menor utilização de despesas, desta forma, conseguir a maior rentabilidade possível pela mesma quantidade produzida/transportada, ou obter a maior rentabilidade possível, pela expansão da quantidade transportada, que é gerada pela melhor capacidade de competitividade. Transportadoras mais eficientes são empresas que produzem dentro do menor custo médio possível e no ponto de melhor custo marginal por unidade transportada ( custo marginal = impacto no custo total por unidade adicional transportada), e é exatamente este ponto que o transportador muitas vezes confunde sua leitura sobre eficiência, pois a eficiência como agilidade não é definidor de maior rentabilidade, afinal, é possível ser mais ágil com custos mais elevados e isto pode ser observado no exemplo demonstrado pelo gráfico abaixo. Alguns exemplos a serem considerados: 1- Operação com aumento de faturamento, mas com impacto negativo de forma significativa no desempenho de consumo de combustível, aumento de custos com manutenções e pneus.2- Fretes de retornos a preços muito baixos e que geram indisponibilidade de veículos para os fretes com contratos mais rentáveis.  Nestes exemplos citados acima e representados pelo gráfico, mesmo com custos elevados, o ponto onde se cruza as duas curvas é o ponto ótimo de eficiência para a transportadora, pois ali se obtém o melhor nível de custo médio, e para estes casos, transportar uma única unidade a mais, mesmo que com mais agilidade, os custos médio e marginal irão subir ainda mais e continuará havendo diminuição de lucro por unidade transportada até um ponto onde se torna inviável se transportar mais sem que se tenha uma transformação no padrão de custos estabelecidos.Conclui-se que, a eficiência logística como conceito de aumento de produção e agilidade não é de modo geral concomitante com melhores resultados, essa ideia é apenas uma presunção. Se faz necessário um estudo aprofundado de custos de cada caso específico para se ter conclusão sobre o aumento de rentabilidade em função de aumento de volume e agilidade, e este estudo só é possível com recursos para se fazer uma gestão avançada de custos. Acrescento como mera opinião que, de um modo geral, o perfil comportamental de empresários no segmento de transporte é na maioria dos casos um perfil muito proativo e pujante, ou seja, está “no sangue” do transportador fazer sua logística funcionar bem e com muito dinamismo, portanto para mim, a eficiência logística não se observa como diferencial, mas sim como algo comum no segmento. Qual o conceito então que torna uma transportadora forte para enfrentar o mercado e ter longevidade? Ter um olhar totalmente voltado a eficiência através do melhor padrão de custo possível, com excelência em gestão e compreender que esforços neste sentido, de fato será o grande diferencial para a empresa.  Este novo cenário só é possível com excelência em gestão de custos, é o ponto limiar do lucro, ou seja, o ponto máximo de lucro que uma empresa pode obter.Os esforços voltados para este sentido, garantirão a saúde e vitalidade da empresa nos desafios de mercado ao passo que, os ganhos com diferenciais em gestão, irão impactar tanto no aumento de rentabilidade quanto na possibilidade de se baixar preços por disputas naturais de mercado, seja para expansão ou para autoproteção de carteira de clientes.  A chave do sucesso e o diferencial serão os olhos voltados a reduções de custos e o equilíbrio do volume de transporte da empresa em seu ponto ótimo e para ser assertivo em novas políticas expansionistas, a empresa deve fazê-la somente após este ponto estar muito bem definido, a partir daí cria-se estratégias para o crescimento.Com novas conquistas de volume transportado, será novamente necessário a readequação de custos nos mesmos parâmetros tratados aqui. Gostou do conteúdo? 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